Kaizen: a sabedoria japonesa em busca da melhoria contínua

Publicado em: 15/09/2021

Como pode um país destruído social, econômica e moralmente após a Segunda Guerra Mundial e duas bombas atômicas se tornar uma das principais potências mundiais, invejada por seu alto nível de desenvolvimento tecnológico e pela sabedoria e disciplina do seu povo?

Sim, estamos falando do Japão, que se mantém como a terceira economia do mundo mesmo com a pandemia do Novo Coronavírus, que abalou as finanças de países em todo o globo.

Para entender essa história e o que foi responsável pela reconstrução econômica japonesa, precisamos voltar algumas décadas no tempo, mais precisamente para o pós-guerra, entre 1945 e 1950.

As origens do Kaizen
Toda ação gera uma reação, já diria a Terceira Lei de Newton. E era justamente uma reação que o Japão precisava demonstrar para o mundo. O Governo local, então, começou a colocar em prática uma série de ações para reestruturar os processos industriais, com foco nas áreas de gestão e administração.

O objetivo?
Recuperar a competitividade de que a economia japonesa desfrutava no cenário global.

Como?
Ao reduzir custos e desperdícios, o que alavancaria a produtividade das indústrias.

Dessa forma, nasceu o Kaizen, um método de melhoria contínua que se transformaria num modelo exportado para as indústrias de todo o mundo: o Toyotismo, ou Sistema Toyota de Produção, baseado na produção sob demanda e na responsabilidade compartilhada para promover melhorias nos processos dentro da empresa.

Ou seja, produzindo apenas quando (e conforme for) necessário tem-se uma redução de custos e de desperdícios e, com a responsabilidade compartilhada, caso algum colaborador identifique algo que pode melhorar o fluxo de produção, ele deve ter abertura para levar este ponto para a sua equipe, superiores e, ao fim, para toda a empresa.

“Um dia não deve passar sem que alguma forma de melhoria tenha sido feita”

Este é o lema da filosofia Kaizen. Já deu para perceber que a excelência é a meta, né?

Mas, isso não precisa ser feito a qualquer custo (lembra que uma das bases é reduzir os custos?) e nem de uma forma abrupta. Muito pelo contrário, deve ser gradual, ocorrendo diariamente e seguindo 7 princípios:

  • Conheça o cliente
  • Privilegie o fluxo
  • Vá ao “Genba” (ou “Tome uma atitude”, “Vá à raiz do problema”)
  • Capacite as pessoas
  • Seja transparente
  • Melhoria pura
  • A essência do Kaizen está na qualidade.

Para que as mudanças para melhor (aliás, Kaizen é a junção de dois ideogramas que significam “mudar” e “melhor”) aconteçam da melhor forma possível, a análise do problema deve ser feita por todos: CEO, diretores, gestores, analistas e dos colaboradores que estão envolvidos nas áreas operacionais (o famoso “chão de fábrica”, nas indústrias).

Nessa análise, é preciso:

  • Avaliar a condição atual e definir o problema;
  • Identificar o quadro em que se quer chegar;
  • Analisar e diferenciar as causas dos problemas das suas consequências;
  • Procurar formas para corrigir as causas;
  • Fazer o acompanhamento dos dados e resultados obtidos ao longo do processo para colocar em prática uma gestão baseada em fatos. Afinal de contas, contra fatos não há argumentos.

Assim, a empresa engaja e motiva mais os seus colaboradores, reforça a importância do trabalho em equipe, aumenta sua competitividade e o grau de satisfação dos seus clientes.

E apesar de ter surgido no meio industrial, o Kaizen não se aplica somente a empresas desse ramo, não. Ele pode ser introduzido na gestão de processos em empresas de todos os setores e também para a melhoria na gestão de pessoas.

Quer saber como implementar a filosofia Kaizen nos processos da sua empresa?

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