Quando você se depara com um desafio novo — sem manual, sem instrução — o que faz? Espera alguém resolver ou parte para a ação?
A resposta a essa pergunta pode revelar seu nível de Learning Agility, ou agilidade de aprendizado, uma das competências mais valorizadas no ambiente corporativo atual.
Neste artigo, você vai entender o que é Learning Agility, quais são seus pilares e como aplicá-lo na prática dentro da sua empresa — especialmente em estratégias de treinamento e desenvolvimento.
Learning Agility é a capacidade de aprender de forma rápida e eficaz em situações novas e desafiadoras, utilizando experiências anteriores para gerar soluções e adaptar-se com agilidade.
Esse conceito vem ganhando cada vez mais espaço na gestão da aprendizagem e no desenvolvimento de talentos, principalmente porque as empresas precisam de colaboradores que consigam lidar com mudanças constantes — algo que ficou ainda mais evidente após a pandemia.
O termo foi popularizado por Warner Burke, pesquisador que passou mais de 40 anos estudando o comportamento de líderes e equipes de alta performance, até identificar os traços que caracterizam os profissionais mais ágeis no aprendizado.
Para David F. Hoff, coautor do livro Learning Agility, essa competência é “uma das mais revolucionárias na gestão de talentos”, já que permite que as pessoas reconheçam seus pontos fortes, corrijam falhas e desenvolvam continuamente seu potencial.
Embora pareça simples, medir e desenvolver o Learning Agility requer olhar para um conjunto de comportamentos e traços específicos. A seguir, veja os nove pilares que sustentam essa habilidade:
Estar disposto a sair da zona de conforto e testar novos caminhos na resolução de problemas.
Transformar ideias em ação rapidamente, usando o conhecimento prévio para soluções práticas e assertivas.
Ter curiosidade para aprender, mesmo sem garantia de sucesso. A vontade de explorar traz novos conhecimentos.
Assumir desafios mesmo sem se sentir 100% pronto. Errar também faz parte do aprendizado.
Defender ideias, argumentar com respeito e estar aberto a trocas construtivas com outras pessoas.
Aprender com os outros, atuando em equipe e contribuindo em projetos diversos.
Buscar novas informações ativamente. Esperar que o conhecimento chegue até você não é uma opção.
Solicitar retornos de gestores e colegas para aprimorar performance e soft skills.
Revisar suas ações e pensar criticamente sobre seus acertos e erros para evoluir continuamente.
Empresas com equipes que possuem alta agilidade de aprendizado se adaptam melhor às mudanças, inovam mais rápido e constroem times resilientes.
Como nem todas as organizações conseguem investir em treinamento para 100% dos colaboradores, identificar e desenvolver os talentos mais ágeis se torna uma estratégia essencial para o crescimento sustentável.
Avalie os candidatos com base em comportamentos ágeis, como tomada de decisão, proatividade e capacidade de adaptação. Inclua testes comportamentais e entrevistas situacionais.
Exemplo: “Conte uma situação em que você teve que resolver um problema sem ter conhecimento prévio. O que você fez?”
Inclua programas de Learning Agility nos treinamentos internos, capacitando colaboradores a aprender de forma contínua, independente do cargo.
Dica: Use plataformas de eLearning e trilhas adaptativas que incentivem a autoaprendizagem.
Na formação de times ágeis e squads, escolha pessoas com perfis que demonstram iniciativa, capacidade de colaborar e de lidar com ambientes incertos.
Essas habilidades são essenciais em startups, times de inovação e projetos com entregas rápidas.
O RH é protagonista nesse processo. Cabe ao setor:
Identificar talentos com alta agilidade de aprendizado;
Implementar avaliações contínuas com base nos nove pilares;
Criar programas de desenvolvimento individualizado, considerando os pontos fortes e áreas de melhoria de cada colaborador.
Lembre-se: não se trata de um concurso de hard skills, mas de entender como cada pessoa reage e aprende em cenários novos e desafiadores.
Em um mercado de mudanças rápidas, quem tem Learning Agility se destaca — não apenas pelo que sabe, mas pela capacidade de aprender o que ainda não sabe.
Para as empresas, investir nesse conceito é acelerar o crescimento, fortalecer a cultura organizacional e construir um time pronto para o futuro.