Conheça a Comunicação Não Violenta e construa relacionamentos pessoais e profissionais com mais empatia

Publicado em: 09/11/2021

Há um pensamento do filósofo iluminista Jean Jacques-Rousseau, um dos nomes mais fortes dentro da Revolução Francesa, movimento que causou uma enorme mudança nas estruturas sociais europeias, que é o seguinte: “O homem é produto do meio em que está inserido”, ou seja, ao sermos expostos a um ambiente em que determinada forma de pensar e agir é “comum”, por assim dizer, com o tempo… com o tempo, acabaremos internalizando e adotando tais pensamentos e ações como nossas práticas também.

Um exemplo disso é o famigerado bullying na época escolar: mesmo que um dos membros de um certo grupo não concorde com a “zoação” a um colega, acaba participando para que os outros – que são a maioria – o enxerguem como uma pessoa “legal” e a ira do seu grupo não vire contra ele próprio.

Desde a infância, somos ensinados que precisamos nos impor para sermos escutados, e cercados por pensamentos já um tanto quanto ultrapassados, do tipo “a melhor defesa é o ataque”, “olho por olho, dente por dente”, “quem tem boca vai a Roma”.

Isso nos leva a acabar utilizando a comunicação como uma forma de ataque passivo-agressiva, ou seja: ouvir o interlocutor já pensando no que responder para nos defender e convencê-lo de que o nosso ponto de vista é que é o correto, ou até de diminuir o próximo, utilizando expressões corporais, comportamentos e frases nocivas.

“A violência é a expressão trágica de uma necessidade não atendida” Esta frase é um pensamento do psicólogo Marshall B. Rosenberg, que desenvolveu toda a fundamentação da Comunicação Não Violenta (CNV), uma maneira de estabelecer relações pacíficas entre as pessoas, seja em qual ambiente for.

Felizmente, a sociedade evolui e surgem novas formas de pensar e agir que buscam mudar atitudes até então consideradas “normais”. E a Comunicação Não Violenta é uma delas! Ela ajuda a criar pontes que nos conectam verdadeiramente aos outros.

Marshall queria conhecer as causas da violência que ele próprio sofreu durante a sua juventude e formas para amenizá-la e, por isso, formou-se em psicologia, o que o levou a criar a CNV, inspirado na história de vida de figuras como Martin Luther King, Nelson Mandela e os diversos Dalai-Lama (líderes espirituais do budismo tibetano), pessoas que foram vítimas de vários tipos de violência e abusos durante sua passagem pela vida.

Já deu pra perceber o peso (positivo, claro) que a Comunicação Não Violenta tem para transformar a forma como falamos com quem está a nossa volta, né?

Nós da Happmobi, te convidamos a conhecer mais a fundo a CNV. Vamos junt@s?

O primeiro passo para estabelecer uma comunicação verdadeiramente não-violenta é ter a noção de autorresponsabilidade. Como assim?

A autorresponsabilidade parte do princípio de que o que o outro diz ou faz pode ser um estímulo, mas nunca a causa dos nossos problemas ou da forma como nos sentimos. Ou seja, assumir a responsabilidade pelo que sentimos, mesmo que esteja relacionado a ação de uma outra pessoa.

A frase “você me deixa triste”, por exemplo, não é autorresponsável. Já “Eu me sinto triste quando você chega e não me cumprimenta”, diz a mesma coisa, mas, nela, assume-se a responsabilidade pelo próprio sentimento, embora ele tenha motivo na atitude do outro.

Toda forma de comunicação pressupõe o processo de fala e escuta e, na Comunicação Não Violenta, não é diferente! Não basta saber expressar-se com empatia, também é preciso saber ouvir com compaixão.

Quando você ouve alguém desabafar já fica que nem o meme da Nazaré calculando o que dizer para confortar aquela pessoa? Pois saiba que isso não é uma escuta empática.

Ouvir com empatia e compaixão é focar totalmente no que a pessoa tem a dizer, dando espaço para que ela possa se expressar e ser compreendida. É o momento de parar e refletir sobre o que a pessoa está observando, sentindo, precisando e pedindo a você.

Quatro etapas para se comunicar de forma positiva
Esses passos, inclusive, são a base da estrutura criada por Marshall para ajudar as pessoas a desenvolverem relacionamentos e se comunicarem com mais profundidade.

Segundo ele, a Comunicação Não Violenta compreende quatro etapas:

  • Observar sem julgar,
  • Identificar e expressar os nossos sentimentos – em relação a nós mesmos e aos outros – sem fazer avaliações sobre eles,
  • Ter autorresponsabilidade (lembra do exemplo acima?) sobre o que sentimos e
  • Fazer pedidos em vez de dar ordens, a respeito daquilo que acreditamos que pode tornar a nossa vida mais leve…

Seguindo este processo, conseguiremos aplicar a CNV de fato, tratando o próximo com empatia, seja na fala ou na escuta. Vamos de exemplos?

  • Fazendo uma observação sem avaliar:
    Em vez de dizer que “Maria é uma péssima profissional” (se liga no adjetivo fazendo um julgamento sobre o trabalho da Maria…), podemos nos expressar melhor, afirmando que “Maria entregou as análises financeiras com quatro dias de atraso”. O atraso pode ter se dado por N motivos que estejam influenciando o seu desempenho, o que, de forma alguma, a torna uma péssima profissional. Percebeu a diferença?
  • Entendendo o que estamos sentindo com relação ao que observamos e comunicando isso ao outro, com o cuidado de não confundir o sentimento com a avaliação sobre ele.
    Você precisa falar com seu chefe, mas encontra dificuldades por causa da agenda dele, e está preocupada com alguns resultados ou precisa que ele dê segmento em algum projeto. No lugar de dizer que se sente ignorada (que é uma avaliação que diz mais como você se sente em relação ao outro do que a si mesma), pode afirmar que ficou ansiosa, expressando a sua sensação/sentimento sobre aquela situação.
  • Reconhecendo e expondo as necessidades que estão gerando sentimentos como o do exemplo acima.
    Exemplificando a autorresponsabilidade: Você está se habituando às rotinas da sua nova empresa ou do seu novo cargo e se incomoda porque o seu líder “cobra demais” de você. Em vez de dizer exatamente isso, utilizando a Comunicação Não Violenta, poderia dizer: “Eu fico mal-humorada quando você me cobra porque eu preciso de tempo para fazer e assimilar as coisas”.
  • Peça ao outro o que você gostaria para melhorar a sua vida, em vez de dar ordens.
    Fique de olho! É importante fazer pedidos específicos e que possam ser realizados, e sempre de forma positiva.
    Por exemplo: em vez de pedir para “trabalhar menos” ou dizer “Eu quero trabalhar menos por estar sentindo-me sobrecarregado”, você pode pedir ao seu chefe para reorganizar seus horários para que consiga cumprir a sua carga horária semanal, conforme foi combinado em contrato, por exemplo, e possa incluir atividades de lazer na sua rotina, que fazem um bem danado para a sua saúde, fora do expediente.

Quer saber em detalhes o que é a Comunicação Não Violenta e como os times da sua empresa podem “virar a chavinha” e estabelecer conexões repletas de empatia, autorresponsabilidade e compaixão?

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